domingo, 29 de agosto de 2010

Crises

Acho que não existe pessoa no mundo que não tenha passado por uma.
Eu estou passando por uma ja faz uns meses, engraçado que ela começou sem motivos reais e nunca mais foi embora.
Muita gente fala sobre a crise dos 30 ( não, não fiz 30 ainda), pensava que fosse uma coisa tipo TPM, que uns tem outros nnao, pensava que escaparia dessa, mas não.
Ela me pegou.
Faz um tempo que me sinto cada vez mais cansada, desanimada e triste.
No começo era sem motivo ai pensei: Não, depressão de novo não.
Depois começaram a aparecer motivos, uns muito legítimos e outros que não fazem sentido pois são coisas que nunca quis.

No começo dela um dia me peguei chorando para o meu namorado dizendo que ele ia me trocar por uma menina de 20 anos, depois vieram as frustrações. Coisas que sonhei e planejei e que nunca aconteceram.
Outras que descobri e que estou me achando atrasada p/ começar ( não que me faça desistir mas é como uma trava).
A sensação de perda de tempo e lugar errado constante.
As linhas no rosto, a pele que já não tem o mesmo viço, as dores físicas.
Isso é o que acontece neste exato momento.
Uma sensação que a contagem agora é decrescente, que cheguei no extremo e agora as coisas vão cair até voltar para o zero, o dia em que não serei nada nem ninguém nem p/ mim ou p/ alguém.

Foram anos para criar uma personalidade, hj em dia vejo dezenas de pessoas iguais ( visualmente), e me sinto perdida, ridicula.
Não existe mais um diferencial, nnao tem mais o brilho, apenas a decadencia.
Um mix de vontade de desistir e vontade de mudar tudo.
Vontade de sumir.
A sensação de estar no deserto, com aquela miragem de estrada e ar abafado.
O desconforto.

P/ uma pessoa que nunca quise ser massificada, se sentir assim é o sucesso do fracasso.
A independencia e originalidade perdidas, juntamente com o brilho que já ficou la p/ trás.

Quem sabe amanhã eu acorde e veja que é tudo bobagem, ou entnao só tenha a completa afirmação.
Encerro aqui com a esperança da primeira opção.
beijos e bom domingo p/ as minhas 4 leitoras.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Estrela do lado da Lua.

Quando era pequena, mas bem pequena lembro de uma aula na escolinha que estudava la no Cambuci a qual a professora explicava o Sistema Solar. Me lembro que a professora disse que sempre, a estrela mais perto da Lua é Venus e na minha cabeça Venus era verde-água ( ainda é na verdade).
Lembrei disso agora na rua voltando p/ casa.
Olhei p/ o ceu e vi a Lua redonda com uma estrela muito brilhante ao lado ( no meu raciocínio obviamente Venus).
Lemmbro também de achar que só existiam estrelas azuis, vermelhas e brancas ( na verdade é o que enxergo), não sei se confundia com aviões, mas de qq forma não entendia pq a estrela Venus nnao era verde-água.
E ainda nas aulinhas sobre o sistema solar me lembro de que deveria fazer um pedido para a primeira estrela que visse no céu...
Engraçado, depois que cresci nunca mais fiz.
Não sei o que pediria hj, talvez clareza em relação ao futuro, coisa sombria.
Aqui no Ocidente as pessoas tem a bizarra mania de só pensar no futuro, isso desde pequenos e acredito ser uma pressão tremenda, mas acho que antes de qq coisa lá na frente deveriamos pensar no hj, pois ng vive o hoje de tanto pensar no amanhã.
Tenho feito muito isso nos últimos tempos, pensado no amanhã.
Bizarramente tudo o que "sonhei" conquistei, sempre de uma maneira deveras atrapalhada, mas cheguei lá.
E mesmo com isso ainda duvido dos meus sonhos, medo do amanhã, muito medo.
Medo de crescer ( coisa que acredito que nao fiz até hj), é muito chato ser adulto.
Adultos usam ternos e valizes e as mulheres tem aqueles cabelos armados e tomam chá (não que nnao tome chá, vcs entenderam).
Adultos não dormem com seus bichinhos pq suja o lençol de fios egipcios. Não andam descalsos pq pega friagem, nao rabiscam paredes, fazem dobraduras, criam personagens e estórias impossíveis que na versade são muito possíveis.
Adultos adoram números, adoram desodorante spray, chiclete trident azul, água com gás e a asquerosa água tônica.
Eles discutem política loucamente, leem a veja aos domingos junto com o jornal.
Mulheres adultas tem prisão de ventre, fazem depilação,unha, sobrancelha e muitas fazem até o proprio corpo...
Se bem que hj em dia tem o homem vaidoso que chamam de metrosexual (...)
Resumindo, eles complicam, já dizia a máxima do pequeno principe logo abaixo:


Complicado não.
P/ nós é tudo tão mais simples. Lembro que aventura master era fazer cabana de lençol no quarto do meu irmão, descascar parede, ler marcelo marmelo martelo.
Hoje tenho um brinquedo que permite com que faça todas as coisas, um brinquedo de adulto que como um Delorean me leva para a fase mais legal da minha vida, minha camera ( ou minhas cameras como queiram).
Ela me ajuda a voltar p/ a grande história da minha vida, aquela com personagens que snao de verdade mas que encarnam aqueles que crio.
Durante esse mesmo caminho, lembrava da foto da Lu(cieide), da Fabi,do Marcel, da Jac e da filha dela, da Carol e todas as outras que estnao aqui comigo (na cabeça).
Mas hj, estava especialmente com a foto da Fabi na cabeça e ouvindo esta música:

consegui finalmente finalizar sua personagem.
E agora?
Como uma criança construi-la e como adulto registra-la.
Como criança ter medo das opiniões ou de alguma bronca por um erro de adulto ( tecnico).
Mas sempre, sempre como naqueles quadros bizarros que pintava aos 11 anos, me sentir feliz na hora de assinar com meus 3 flocos de neve.

Simon's Cat in 'The Box'

Singin' in the Rain - Special Edition

Mattel Tommy Burst TV commercial 1960s!

Sketchy Ice Creams

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Keith Haring

Gostar de arte é uma coisa complicada, estava conversando sobre isso outro dia.
P/ mim é um encontro de corações e espírito, vc só vai gostar de algo que signifique algo p/ vc.
Sempre que vejo algo tenho a mania de fuçar e saber sobre quem fez, é uma coisa que sempre penso e, depois dessa investigação resolvo se gosto ou não.
Domingo fugindo do frio fui parar na expo do Keith Haring lá no Conjunto Nacional.
Confesso que sempre gostei dele, as cores ,formas, o Egito, cachorro, a nave, o espaço, os anos 80 e ele em si.
Tenho muita simpatia por ele e por seu trabalho, olhava tela por tela, coisas qu nao sabia meu namorado explicava, tecnicas e afins.
Andando por lá, no mezanino tem uma parte com os vídeos, fotos, cartas e uma coisa que me deixou um pouco esquisita mas sorrindo e contente: seu par de tenis.
Sabe aquele que ele usava SEMPRE, então o próprio.
Nessa hora que acho que tem o espirito x espirito, porque p/ mim, dar de cara com aquele par de Nikes foi como sentir a presença dele ali.
Impressiona, sabe?
Quem não foi, vá, as obras são incríveis, as fotos e uma cartinha que ele escreveu para um menininho brasileiro é um encanto.

Words

WORDS from Everynone on Vimeo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Canon 7D x Barbie Video Girl

Canon 7D vs. Barbie Video Girl from Brandon Bloch on Vimeo.

Lomo Documentary - Part 7

Lomo Documentary - Part 6

Lomo Documentary - Part 5

Lomo Documentary - Part 4

Lomo Documentary - Part 3

Lomo Documentary - Part 2

Lomo Documentary - Part 1

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Peregrino

mais uma semana começa e essa já veio com uma segunda-feira fria e cinzenta.
Acordei mais cedo que o habitual e vim para o trabalho.
Minha mesa fica de frente para uma janela enorme de onde vejo as obras dos predios aqui do Itaim e a Faria Lima.
Cheuei, tomei um café, e comecei a adiantar as coisas.
Liguei meu iTunes e logo coloquei nas músicas que tenho escutado freneticamente nos últimos tempos.
Não sei se vcs sabem mas a quantidade de falcões peregrinos nas cidades é imensa, algumas vezes avistamos por aqui um casal.
Estava eu aqui tranquila ouvindo "Concerto de Aranjuez" quando eles passaram,tranquilamente como se dançassem ao som da peça que estava ouvindo.
Coincidência ou um presente do universo, fez com que me sentisse mais feliz tamanha beleza daquela cena.

um bom dia p/ vocês.

domingo, 1 de agosto de 2010

Ecos do Silêncio.

Existe uma história zen sobre um homem e um cavalo. O cavalo está galopando rapidamente, e parece que o homem que cavalga se dirige a algum lugar importante. Outro homem, em pé ao lado da estrada, grita: "Aonde você está indo?" e o homem a cavalo responde: "Não sei. Pergunte ao cavalo!" Esta é a nossa história. Estamos todos sobre um cavalo, não sabemos aonde vamos e não conseguimos parar. O cavalo é a força de nossos hábitos que nos puxa, e somos impotentes diante dela. Estamos sempre correndo, e isso já se tornou um hábito. Estamos acostumados a lutar o tempo todo, até mesmo durante o sono. Estamos em guerra com nós mesmos, e é fácil declarar guerra aos outros também.

Precisamos aprender a arte de fazer cessar — parar nosso pensamento, a força de nossos hábitos, nossa desatenção, bem como as emoções intensas que nos regem. Quando uma emoção nos assola, ela se assemelha a uma tempestade, que leva consigo a nossa paz. Nós ligamos a TV e depois a desligamos, pegamos um livro e depois o deixamos de lado. O que podemos fazer para interromper este estado de agitação? Como podemos fazer cessar o medo, o desespero, a raiva e os desejos? É simples. Podemos fazer isso através da prática da respiração consciente, do caminhar consciente, do sorriso consciente e da contemplação profunda — para sermos capazes de compreender. Quando prestamos atenção e entramos em contato com o momento presente, os frutos que colhemos são a compreensão, a aceitação, o amor e o desejo de aliviar o sofrimento e fazer brotar a alegria.

Mas a força do hábito costuma ser mais forte do que nossa vontade. Dizemos e fazemos coisas que não queremos e depois nos arrependemos. Causamos sofrimento a nós mesmos e aos outros, e de forma geral produzimos grande quantidade de destruição. Podemos ter a firme intenção de nunca mais fazer isso, mas sempre acabamos fazendo de novo. Por quê? Porque a força do hábito (vashana) acaba vencendo e nos levando de roldão.

Precisamos da energia da atenção plena para perceber quando o hábito nos arrasta, e fazer cessar esse comportamento destrutivo. Com atenção plena, temos a capacidade de reconhecer a força do hábito a cada vez que ela se manifesta. "Alô força do hábito, sei que você está aí!" Nessa altura, se conseguirmos simplesmente sorrir, o hábito perderá grande parte de sua força. A atenção plena é a energia que nos permite reconhecer a força do hábito e impedi-la de nos dominar.

Por outro lado, o esquecimento ou negligência é o oposto.

Tomamos uma xícara de chá sem sequer perceber o que estamos fazendo. Sentamo-nos com a pessoa que amamos mas não percebemos que a pessoa está ali. Andamos sem realmente estar andando. Estamos sempre em outro lugar, pensando no passado ou no futuro. O cavalo dos nossos hábitos nos conduz, e somos prisioneiros dele. Precisamos deter este cavalo e resgatar nossa liberdade. Precisamos irradiar a luz da atenção plena em tudo o que fizermos, para que a escuridão do esquecimento desapareça. A primeira função da meditação — shamatha — é fazer parar.

A segunda função da shamatha é acalmar. Quando sofremos uma emoção forte, sabemos que talvez seja perigoso agir sob sua influência, mas não temos força nem clareza suficientes para nos abstermos. Precisamos aprender a arte de respirar, de inspirar e expirar, parando tudo o que estamos fazendo e acalmando nossas emoções. Precisamos aprender a nos tornar mais estáveis e firmes, como se fôssemos um carvalho, e não nos deixar arrastar pela tempestade de um lado para outro. O Buddha ensinou uma variedade de técnicas para nos ajudar a acalmar corpo e mente, e considerar a situação presente em toda a sua profundidade. Essas técnicas podem ser resumidas em cinco estágios:

1. Reconhecimento: se estamos zangados, dizemos "reconheço que a raiva está dentro de mim".
2. Aceitação: quando estamos zangados, não negamos a raiva. Aceitamos aquilo que está presente em
3. Acolher: abraçamos a raiva como faz uma mãe com o filho que chora. Nossa atenção plena acolhe a emoção, e só isso já é capaz de acalmar a raiva e a nós mesmos.
4. Olhar em profundidade: quando nos acalmamos o suficiente, conseguimos observar profundamente para entender o que provocou a raiva, ou seja, o que está fazendo o bebê chorar.
5. Insight: o fruto do olhar profundo é a compreensão das causas e condições, tanto primárias quanto secundárias, que provocaram a raiva e fizeram nosso bebê chorar. Talvez ele esteja com fome. Talvez o alfinete da fralda o esteja machucando. Talvez nossa raiva tenha surgido quando um amigo nos falou em um tom ofensivo, mas de repente nos lembramos de que essa pessoa não está bem hoje porque seu pai está muito doente. Continuamos a refletir dessa forma até compreendermos a causa de nosso atual sofrimento. A compreensão nos dirá o que fazer ou não fazer para mudar a situação.

Depois de nos acalmarmos, a terceira função da shamatha é o repouso. Suponha que alguém nas margens de um rio joga uma pedra para o ar e a pedra cai no rio. A pedra afunda lentamente e chega ao fundo do rio sem esforço algum. Depois que a pedra chega ao fundo do rio, ela descansa, deixando que a água passe por ela. Quando sentamos para meditar podemos nos permitir repousar da mesma forma que essa pedra. Podemos nos deixar afundar naturalmente, na posição sentada — repousando, sem fazer esforço. Temos que aprender a arte de repousar, permitindo que nosso corpo e nossa mente descansem. Se tivermos feridas em nosso corpo e em nossa mente precisamos repousar para que elas possam por si só se curar.

O ato de se acalmar produz o repouso, e o descanso é um pré-requisito para a cura. Quando os animais selvagens estão feridos, eles procuram um lugar escondido para deitar, e descansam completamente por muitos dias. Não pensam em comida nem em mais nada. Apenas descansam, e com isso obtêm a cura de que precisam. Quando nós seres humanos ficamos doentes, nos preocupamos o tempo todo. Procuramos médicos e remédios, mas não paramos. Mesmo quando vamos para a praia ou para as montanhas com a intenção de descansar, não chegamos realmente a repousar, e voltamos mais cansados do que partimos. Temos que aprender a repousar. A posição deitada não é a única posição de descanso que existe. Podemos descansar muito bem durante meditações sentados ou caminhando. A meditação não deve ser um trabalho árduo. Simplesmente permita que seu corpo e sua mente descansem, como o animal no mato. Não lute. Não há necessidade de fazer nada nem realizar nada. Eu estou escrevendo um livro, mas não estou lutando. Estou descansando. Por favor, leiam este livro de uma forma alegre e relaxante. O Buddha disse: "Meu Dharma é a prática do não-fazer."1 Pratiquem de uma forma que não seja cansativa, mas que seja capaz de proporcionar descanso ao corpo, às emoções e à consciência. Nosso corpo e mente sabem curar a si mesmos se lhes dermos uma oportunidade para isso.

Parar, acalmar-se e descansar são pré-requisitos para a cura. Se não conseguirmos parar, nosso ritmo de destruição simplesmente vai prosseguir. O mundo precisa imensamente de cura. Os indivíduos, comunidades e países estão cada vez mais necessitados de cura.

(Thich Nhat Hanh. The heart of the Buddha's teaching - transforming suffering into peace, joy, and liberation:
the four noble truths, the noble eightfold path and other basic Buddhist teachings. Broadway Books: New York, 1999.)

O Supermercado

Uma coisa que p/ muita gente é sacal, mas que p/ mim é terapeutica é ir ao supermercado.
Hj é domingo e como anseio por alguns dias na minha vida que sejam normais fui até lá de manhã.
Munida de minha Hipstamatic fiz umas fotos.
Bom domingo a todos.